terça-feira, 30 de outubro de 2007

O valor das boas imagens

Sei que o mundo está em guerra. Sei que não está nada fácil olhar para as cenas de degradação e abuso dos seres humanos. Sou impactada, como você também é, por imagens chocantes que aviltam minha alma, minha dignidade e esbofeteiam o meu coração.

Estamos em plena guerra de imagens do horror. E sabemos que estas imagens vão diretamente ser impressas no nosso mundo mental. Lá elas ficam girando e vibrando em busca de imagens semelhantes no mundo aqui fora.

E, sem querer, sentimos na nossa vibração o batimento da violência, a energia do ódio, o tremor do abandono e da indiferença deste campo de concentração onde estamos todos presos.

Nunca a insônia foi tão forte nos seres humanos. E quem consegue dormir assistindo, muitas vezes, deitado na cama, ao Jornal da Noite em qualquer canal de televisão nacional ou internacional?

Parece que não temos mais para onde correr. O mundo está contaminado por fotografias em branco e preto onde a cor que corre nas tramas é a do sangue.

Esse é o maior drama que vivemos! Exemplos sórdidos de imagens degradantes sendo veiculadas por todos os lados diminuindo quando não anulando nossa capacidade inata de criar beleza, imagens positivas e saídas triunfantes para nossos conflitos.

Enquanto a humanidade não entender que o mundo aqui fora é o reflexo do mundo das suas imagens mentais, nada poderá ser feito para pôr um fim nisso.

E precisamos começar imediatamente a mudar nosso filme interno para ver as cenas refletidas no mundo externo. Recuse-se terminantemente a aceitar estas imagens dentro do seu campo eletromagnético.
Não seja mais um cabo que liga os fios da rede conduzindo horror e a miséria humana. Mude suas cenas internas. Nunca, jamais durma vendo TV. Tire o aparelho do seu quarto e ponha no lugar cenas dos espetáculos que a natureza nos dá todos os dias.

Afaste as crianças desta guerra de imagens porque elas vão acabar achando que isso é normal e que essa é a única realidade possível.Fuja das cidades quando puder. Quanto mais, melhor. Ande descalço pela praia, na terra.

Abrace o sol, tome chuva no campo, cuide de um pomar ou jardim, mesmo que esteja apenas num pequeno vaso da sua varanda.E se nada disso for possível então feche os olhos. Feche os olhos e imagine. Imagine tudo exatamente ao contrário do que querem fazer você acreditar.Imagine que caminha por um campo sob um céu azul onde um poderoso sol repousa magnificamente.

Deixe o sol penetrar por todo o seu corpo e sinta que está sendo alimentado(a) pela verdade, pela força, pelos valores firmes e corretos.Insista neste exercício por vários meses, todos os dias, o maior número de vezes que conseguir.

E acredite que existe sim um lugar de paz, beleza, ciclos renováveis, sombra e aconchego. E acima de tudo verdadeiro: e este lugar é junto à natureza. Vá para este lugar. Nem que seja em sua imaginação.

Com este ato de reversão você pode contribuir muito para a gigantesca tarefa de re-fotografar a dignidade humana. Izabel Telles/Aninha

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