Ter otimismo não é o mesmo que ter espiritualidade, não é o mesmo que ter fé. É apenas um padrão de pensamentos, de bons pensamentos. Mas mesmos os bons pensamentos são utilizados pelos egos - pelo ego da ganância, da vaidade, do orgulho, da ironia, do sarcasmo, etc.
Acreditamos que rezar, pensar positivo, ser otimista, repetir frases positivas, pode fazer com que algo dê certo. Mas, nem nos momentos de nossas orações temos fé.
A vida é feita de bons e maus momentos. Ver nesses momentos uma oportunidade de aprendizado é algo saudável. Valer-se do otimismo para negar os maus momentos ou ver os bons momentos com olhos pessimistas é negar a realidade.
O otimismo é uma forma de pensar muitas vezes polarizada e frágil, visto que situações contrárias ou indesejáveis podem transformar um otimista em pessimista, com raiva da vida, com raiva de Deus. Espiritualildade nada tem a ver com o excesso ou com a falta de bens.
Otimismo e pessimismo são dois pólos de uma mesma ilusão, de uma mesma falta de compreensão da vida. Um crê no pior, o outro no melhor – logo, ambos são crentes.
Um se apega à idéia do pior, o outro se apega à idéia do melhor – logo, ambos são apegados. Um está condicionado pelo pior, o outro está condicionado pelo melhor – logo, ambos são condicionados.
Aquele que tem fé, que tem sabedoria, não se deprime nos maus momentos nem, tampouco, entra em euforia nos bons momentos. As crenças geram recorrências, as recorrências reforçam as crenças.
Uma vez que nossas crenças criam a realidade em que vivemos, melhor ser otimista. Mas nada ou muito pouco disso pode contribuir verdadeiramente para a nossa evolução espiritual. Fabio F. Balota/Aninha
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